Em um momento em que a Amazônia volta ao centro das discussões globais com a realização da COP30 no Brasil, o grupo de pesquisa “Teoria Histórico-Cultural: Educação e Desenvolvimento Psicológico”, vinculado à FAC-FEA, acaba de conquistar um marco importante: a publicação do artigo “Contribuições da Psicologia para implementação do direito à educação na Amazônia” na Revista Amazônida, periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), reconhecido como uma das principais revistas científicas da região Norte.
O trabalho tem autoria principal do Prof. Dr. Luís Henrique Zago, docente da FAC-FEA, e foi desenvolvido em coautoria com a professora da rede municipal de Araçatuba Renata Akemi Okano e com os egressos do curso de Psicologia da FAC-FEA Allan Alberto Ferreira e Amanda Aparecida Barros de Souza, evidenciando a potência da articulação entre formação inicial, prática profissional na educação básica e pesquisa acadêmica.
Ancorado na Teoria Histórico-Cultural e na Teoria da Atividade, o artigo discute as contribuições da Psicologia para a efetivação do direito à educação na Amazônia, articulando esse debate com a perspectiva decolonial e com o conceito de “florestania”, inspirado nas reflexões de Ailton Krenak. A pesquisa ressalta a importância dos saberes tradicionais de povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas, defendendo que uma educação verdadeiramente comprometida com os direitos humanos na região precisa integrar esses conhecimentos ao currículo escolar, à formação da personalidade e às práticas pedagógicas, em diálogo com a sustentabilidade ambiental e com as condições concretas de vida das comunidades amazônicas.
Para além da análise teórica, o texto chama atenção para desafios concretos, como evasão escolar, dificuldades de acesso, ausência de professores em áreas remotas, desvalorização dos saberes locais e permanência de lógicas coloniais nos currículos. Ao mesmo tempo, aponta caminhos para uma educação amazonense enraizada na realidade das populações tradicionais, defendendo que a Psicologia Educacional atue como mediadora de processos formativos que sejam, ao mesmo tempo, críticos, inclusivos e transformadores.
“Publicar na principal revista de educação da região Norte, justamente quando a Amazônia volta a concentrar os olhares do mundo, é um reconhecimento do esforço que temos feito na FAC-FEA para produzir pesquisa de qualidade, comprometida com a realidade brasileira e com a formação crítica de nossos estudantes”, avalia o Prof. Dr. Luís Henrique Zago. Segundo o docente, o artigo é também resultado direto do trabalho coletivo do grupo de pesquisa “Teoria Histórico-Cultural: Educação e Desenvolvimento Psicológico”, que vem consolidando a presença da instituição no debate nacional sobre educação, Psicologia e direitos humanos.
A publicação reforça o compromisso da FAC-FEA com o tripé que sustenta as instituições de ensino superior – ensino, pesquisa e extensão – e evidencia que a produção científica desenvolvida na faculdade tem dialogado com temas estratégicos para o país, como a Amazônia, a decolonialidade e o direito à educação. A participação de egressos do curso de Psicologia como coautores demonstra, ainda, que a formação recebida na graduação tem possibilitado a continuidade dos estudos e a inserção de jovens pesquisadores em redes acadêmicas.
O artigo está disponível em acesso aberto no site da Revista Amazônida, e poderá ser utilizado como material de referência por estudantes, pesquisadores, gestores educacionais e profissionais da educação interessados em compreender, de forma crítica, os desafios e as possibilidades de uma educação amazônica comprometida com a dignidade humana, a justiça social e a preservação da floresta.
