Receber o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) é, muitas vezes, o início de uma jornada cheia de dúvidas, descobertas e reinvenções — tanto para a pessoa com autismo quanto para sua rede de apoio. A convivência com o TEA envolve não só aspectos clínicos, mas também atravessa dinâmicas familiares, relações escolares, práticas profissionais e o convívio social.
Diante das atualizações recentes no CID-11 (Classificação Internacional de Doenças), esse debate ganha ainda mais relevância. Nesse contexto, o Conselho Municipal para Assuntos da Pessoa com Deficiência, com quem a FAC-FEA tem parceria, realizou no dia 25 de abril, a palestra “Vivendo e Entendendo o TEA: Uma Visão Integrada para Profissionais e Familiares sobre as mudanças no CID-11”.
Gratuito e com transmissão ao vivo, o evento ofereceu uma oportunidade de troca de experiências e acesso qualificado à informação — com foco em profissionais da saúde, da educação, da assistência social, familiares e população em geral interessada em contribuir para uma sociedade mais acolhedora, acessível e informada sobre o Transtorno do Espectro Autista e outras formas de neurodiversidade.
Como destaca a psicóloga Fernanda Fernandes Gonsalez de Oliveira, integrante do Conselho Municipal para Assuntos da Pessoa com Deficiência e da comissão organizadora do evento, construir uma cultura de acessibilidade significa também promover o entendimento profundo sobre os desafios enfrentados por pessoas com deficiência, como aquelas com TEA.
“Mais do que adaptar estruturas, precisamos adaptar nossa percepção. A verdadeira inclusão começa quando nos dispomos a entender as necessidades, as potencialidades e a singularidade de cada pessoa. E isso passa, necessariamente, pela informação e pelo diálogo”, frisa Fernanda.
Dois convidados com trajetórias complementares estiveram à frente da palestra: Caio Fernando Souza Nicolau, psicólogo e pesquisador da saúde emocional de pais de crianças com TEA, e Iara Mariano Cedran, pedagoga e mãe de duas crianças autistas — que também é autista, com diagnóstico na vida adulta. Ciência, experiência e sensibilidade se encontram para lançar luz sobre um tema urgente e transformador.
A iniciativa foi do Conselho Municipal para Assuntos da Pessoa com Deficiência, em parceria com a Fundação Educacional de Araçatuba (FAC-FEA) e a Secretaria Municipal de Assistência Social e Participação Cidadã. O evento contou também com tradutor em Libras para maior promoção de acessibilidade.


